Nunca se falou tanto de saúde mental como agora, principalmente quando se trata de saúde mental no trabalho. Segundo a OMS, apenas no primeiro ano da pandemia de COVID-19, o número mundial de pessoas com ansiedade e depressão aumentou em 25%.
São mais de 300 milhões de pessoas afetadas! Isso é especialmente importante para nós, brasileiros, já que o Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo. Tornando a falta de saúde mental um dos maiores motivos para o declínio de produtividade das empresas.
Por que saúde mental no trabalho é importante?
Com a competição cada vez mais acirrada no mundo dos negócios é quase impossível encontrar algum profissional que não se sinta pressionado de alguma forma.
Considerando que a carga mínima de trabalho geralmente exige pelo menos 8 horas dos nossos dias, se essa ‘pressão’ não for bem mensurada e controlada pode sim, levar a sérias complicações.
Por causa disso é essencial que as empresas encontrem maneiras de amenizar o problema. Conforme a OMS, isso pode ser alcançado quando empresas se preocupam em fornecer um ambiente em que “os trabalhores e gestores ativamente contribuem para a promoção da saúde, segurança e bem-estar dos envolvidos”.
Essa definão parte do ponto de vista médico que saúde mental no trabalho está relacionada as interações entre o tipo de trabalho, o ambiente organizacional, as habilidades e competências dos funcionários e o suporte disponível para eles realizarem seu trabalho.
A Síndrome de Burnout
Você já deve ter ouvido esse termo em algum lugar pelo menos uma vez. A Síndrome de Burnout que também é conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional é definida pelo Ministério da saúde como “um disturbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgostamento físico resultando de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade”.
É uma doença que tem como principal causa o excesso de trabalho, e é muito comum em profissionais que atuam diariamente sobre pressão ou em ambientes de trabalho tóxicos. Suas principais consequências são a depressão profunda e transtornos de ansiedade.
Sintomas
A Síndrome de Burnout é uma das doenças mais ligadas a problemas de saúde mental no trabalho. Seus sintomas que geralmente começam de forma leve e tendem a piorar com o tempo, podem variar de reações nervosas, psicológicas e até físicos.
Entre os principais dos sinais estão inclusos:
- Cansaço excessivo, tanto físico quanto mental;
- Fadiga;
- Dor de cabeça frequente;
- Pressão alta;
- Dores musculares;
- Problemas gastrointestinais;
- Alteração nos batimentos cardíacos;
- Alterações de apetite;
- Alterações repentinas de humor;
- Insônia;
- Dificuldade de concentração;
- Sentimentos de fracasso, insegurança, derrota e desesperança.
Nova classificação pela OMS
Em primeiro de janeiro de 2022, a Síndrome de Burnout ganhou uma nova classificação. O transtorno é agora entendido como uma doença recorrente do trabalho e definido como um “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”.
A nova classificação traz implicações importantes no âmbito previdenciário, como o pagamento de auxílio-doença, garantia de emprego de doze meses e direito a indenizações.
Tratamento
Como qualquer outra doença, problemas da saúde mental causados pelo trabalho também devem ser tratados por médicos especializados.
Os tratamentos serão então personalizados de acordo com a necessidade de cada paciente. Com opções que podem variar de medicamentos á psicoterapias.
Fatores que contribuem para a saúde mental no trabalho
Existem muitas maneiras nas quais as empresas e até mesmo os funcionários podem contribuir para garantir um ambiente de trabalho saúdavel. Entre elas estão:
- Promover políticas adequadas de saúde e dispostas a enfretar o problema e não apenas ignorá-lo;
- Reduzir os fatores de risco relacionados a atividade laboral;
- Fortalecer colaborares estabelecendo uma prática de comunicação e gestão positiva;
- Inclusão dos funcionários em tomadas de decisão importantes e relacionadas diretamente com suas atividades;
- Flexibilização das horas de trabalho;
- Entre outros.